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Por que os pavimentos no Brasil não duram?

10/05/2021   |   PAVIMENTAÇÃO

Por que os pavimentos no Brasil não duram?

Quem anda pelas estradas do Brasil lida com inúmeros problemas, são buracos, fissuras e trincas por todo lado. Um estudo da Confederação Nacional de Transportes (CNT) avaliou as condições da malha rodoviária brasileira e o resultado não foi bom. A seguir vamos expor as principais conclusões deste estudo e entender o que acontece para lidarmos com uma durabilidade tão baixa.

 

O levantamento diagnosticou que a metodologia utilizada pelos profissionais brasileiros já se encontra desatualizada, se compararmos com o que vem sendo feito no exterior. Mostrou também que o investimento em obras ainda é baixo, e há problemas em processos como gerenciamento, fiscalização e na manutenção das estradas.

 

 

Panorama

 

O CNT mostrou que 99% das rodovias é de pavimento flexível – asfalto. Por falar nisso você já conferiu quais são as etapas deste processo? Nós falamos deste tema no nosso post aqui no blog.

 

Teoricamente, as estradas brasileiras deveriam ter uma vida útil de oito a 12 anos, o que já é um número baixo se compararmos a países como, por exemplo, os Estados Unidos, em que este número chega a 25 anos. Enorme a diferença, não é mesmo?

 

Mas na realidade o problema é ainda mais sério. O estudo levantou que as estradas apresentam falhas antes mesmo deste prazo e expôs um levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU), que revelava que em alguns locais esses danos surgiam apenas sete meses após a conclusão da obra.

 

Bem, após colocarmos todas essas informações acima, você já deve imaginar que o Brasil não está entre os países mais competitivos do mundo, e é isso mesmo! De acordo com o Relatório de Competitividade Global 2016-2017, o País ocupa 111ª posição neste ranking dentre 138 nações analisadas.

 

Outro dado importante para entendermos melhor o cenário das nossas estradas, é que somente 12,3% delas têm pavimentação, ou 211.468 km de 1.720.756 km, uma densidade ainda muito pequena em relação ao que é praticado pelo mundo.

 

 

 

Brasil ainda é pouco competitivo

O estudo detectou quais são as razões para que os pavimentos brasileiros desgastassem tão cedo, e fizeram mais, propuseram pontos de melhoria para essas questões.

 

Os pesquisadores segmentaram essas causas e melhorias em quatro grupos: método de dimensionamento; tecnologias e processo construtivo; manutenção e gerenciamento; e fiscalização.

 

A próxima etapa foi fazer um comparativo entre a metodologia de dimensionamento de pavimentos flexíveis utilizada no Brasil com as que são adotadas em outros países, como Portugal, Estados Unidos e Japão. Essas três nações estão entre as 13 com melhor colocação no ranking de qualidade de rodovias, do Relatório de Competitividade Global 2016-2017, do Fórum Econômico Mundial.

 

 

 

Mas por que o pavimento brasileiro tenha pouca durabilidade?

 

O estudo levantou 10 motivos para explicar isso, confira:

 

  1. Recursos insuficientes para a construção, fiscalização e manutenção de rodovias.
  2. Manutenção preventiva menos recorrente do que o necessário.
  3. Falta de planejamento de manutenção das estradas. O Sistema de Gerência de Pavimentos está com dados desatualizados, portanto não são de confiança.
  4. Excesso de gasto com correções oriundas da má execução de obras (até 24% do valor da obra), além de falhas técnicas na execução e ausência de controle de qualidade de matérias-primas.
  5. Deficiências na contratação de serviços de manutenção. Quase 30% das rodovias federais não estão cobertas por contratos de manutenção.
  6. Adoção de métodos e técnicas ultrapassado na construção de rodovias. Adotado na década de 1960, o método de dimensionamento usado no Brasil apresenta uma defasagem de 40 anos, em média, em relação a outros países. Um dos fatores que mais impactam o comportamento dos materiais do pavimento é o clima, principalmente as variações de temperatura e umidade. O método usado no Brasil não considera diferenças climáticas.
  7. Deficiências no controle e na fiscalização de obras de construção de rodovias. Até 2013, o Dnit não tinha parâmetros técnicos para recebimento das obras concluídas.
  8. Falta de fiscalização e controle de pesagem nas rodovias. Número insuficiente de postos de pesagem; falta de investimento na conscientização dos usuários sobre os impactos do sobrepeso.
  9. Ausência de políticas públicas consistentes e de longo prazo para o setor rodoviário. A falta de planejamento e a escassez de recursos impedem o desenvolvimento do setor, que é responsável por mais de 60% do transporte de cargas e por mais de 90% do transporte de passageiros no país.
  10. Setor rodoviário sobrecarregado por falta de uma política multimodal e integrada, que garanta o equilíbrio da matriz de transporte no Brasil.

 (Fonte: CNT)

 

 

Como melhorar as condições das estradas brasileiras?

 

Possíveis soluções e oportunidades de melhoria apontadas pela CNT:

 

  • Planejamento de manutenções preventivas com periodicidade adequada para manter as condições mínimas de qualidade e funcionalidade do pavimento.
  • Adoção de critérios de contratação de obras de execução do pavimento, que considerem a qualidade técnica como fator preponderante sobre o preço.
  • Atualização do método de dimensionamento utilizado pelo Brasil com adoção de novas técnicas e softwares capazes de dar maior confiabilidade e precisão aos projetos.
  • Realização da análise do custo do ciclo de vida do pavimento e de ensaios de materiais para seleção dos melhores insumos e alternativas tecnológicas para se empregar nas obras.
  • Uso de materiais alternativos mais eficientes para pavimentação e maior emprego de técnicas de reciclagem do pavimento.
  • Maior conscientização sobre a importância do cumprimento das normas técnicas na avaliação dos materiais e na execução das obras.
  • Implementação de um sistema efetivo de gerenciamento de pavimentos.
  • Padronização dos critérios adotados para avaliação dos pavimentos e do tipo de manutenção a ser executada.
  • Integração entre áreas responsáveis pela manutenção e gestão dos pavimentos para otimizar os recursos aplicados.
  • Adequação da capacidade de fiscalização das obras contratadas pelo Dnit.
  • Retomada e ampliação da fiscalização de pesagem nas rodovias brasileiras, com a conscientização dos usuários quanto aos impactos do excesso de peso e dos prejuízos decorrentes.

 

 

Conclusão

 

Como dissemos, acima são propostas medidas para melhorar a situação da pavimentação do Brasil, ressaltando como deve haver os cuidados mínimos para que as estradas ofereçam as condições de tráfego.

 

Ressalta como outros fatores além do menor preço devem ser considerados antes de fechar contratos de execução do pavimento. É preciso priorizar a qualidade técnica, enfatiza o estudo.

 

A adoção de tecnologia também é mencionada. Assim como em outras áreas, ela é uma importante aliada e a sugestão apresentada no estudo é uma atualização do método de dimensionamento e adoção de novas técnicas, como vem sendo feito em outros países.

 

É preciso ficar atento quanto a escolha dos materiais utilizados nessas obras, pois existem muitas alternativas eficientes e até mais viáveis de empregar técnicas de reciclagem.

 

Mas claro que nenhuma dessas sugestões podem ser empregadas se não houver conscientização dos profissionais do setor em uma frente ampla: quanto às normas técnicas, monitoramento dos pavimentos, planos de manutenção, e trazendo isso para o nível interpessoal, por meio da integração entre diferentes áreas para otimizar os recursos aplicados.

 

 

Gostou do nosso artigo? Se você ficou interessado, você pode conferir o estudo na íntegra ( POR QUE OS PAVIMENTOS DAS RODOVIAS DO BRASIL NÃO DURAM? )

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